Domingo

É domingo

O tempo passa e inevitavelmente ressurgem memórias de tempos onde dias como hoje eram eternos

Bate a falta de um afago sereno esquentando o peito

Que hoje em escárnio se deteriora lentamente

Enquanto sonha com o amor perdido jamais encontrado

Nessa curta vida de desejos latentes.

Entristecido

Corre o vento através do meu alarde

Rir meu choro, o inferno que me aguarde

Pois serei em mim mesmo o maior dos pesadelos.

É exagero

Dizem aqueles que pouco entendem

A sede de um amor verdadeiro

Que não se pode conceber por medo

De ser triste, ou ser feliz

És um covarde

Diz a voz aqui de dentro

Enquanto sofro desatento

Em pífios assombros descomunais

São os domingos

Os malditos dias de solidão

Onde a desgraça é questão de opinião

E a minha grita em cólera de destruição

Jaz aqui um homem vivo

Pouco a pouco se esvaindo

Embebido em ralo vinho

Perdido na dor do seu caminho

Vagando o derradeiro ser sozinho.

É mais que falta de atenção

Onde está o beijo que desarma?

Sei que nada é em vão

O sofrimento também faz parte do karma.

Não se vive só uma vez

E a morte também se faz todos os dias

Hoje sou pura Insensatez

Me afogando na chuva

Em gotas frias.

Gabriel Cordeiro Machado
Enviado por Gabriel Cordeiro Machado em 18/10/2020
Reeditado em 18/10/2020
Código do texto: T7090241
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