Domingo
É domingo
O tempo passa e inevitavelmente ressurgem memórias de tempos onde dias como hoje eram eternos
Bate a falta de um afago sereno esquentando o peito
Que hoje em escárnio se deteriora lentamente
Enquanto sonha com o amor perdido jamais encontrado
Nessa curta vida de desejos latentes.
Entristecido
Corre o vento através do meu alarde
Rir meu choro, o inferno que me aguarde
Pois serei em mim mesmo o maior dos pesadelos.
É exagero
Dizem aqueles que pouco entendem
A sede de um amor verdadeiro
Que não se pode conceber por medo
De ser triste, ou ser feliz
És um covarde
Diz a voz aqui de dentro
Enquanto sofro desatento
Em pífios assombros descomunais
São os domingos
Os malditos dias de solidão
Onde a desgraça é questão de opinião
E a minha grita em cólera de destruição
Jaz aqui um homem vivo
Pouco a pouco se esvaindo
Embebido em ralo vinho
Perdido na dor do seu caminho
Vagando o derradeiro ser sozinho.
É mais que falta de atenção
Onde está o beijo que desarma?
Sei que nada é em vão
O sofrimento também faz parte do karma.
Não se vive só uma vez
E a morte também se faz todos os dias
Hoje sou pura Insensatez
Me afogando na chuva
Em gotas frias.