SE NÃO FALO...
No deserto que me foi imposto,
a palavra está em tudo.
É tensa a espera do grito,
ainda que a noite chegue.
É árido o escuro!
Sou o que não sai,
de perto da fonte da lua!
Bebo do seu caldo lácteo.
Guardo um pouco dele
em um velho odre,
Se há festim destroço-o.
O gozo nunca será embriaguês,
bebo com boca e mãos.
Mas, estará ácido se não falo.
(Nada poderá ser pintado de noite...)
T@ACITO/XANADU