Sobre a crítica do secularismo de Edward Feser
Em "A Última Superstição", o filósofo conservador Edward Feser acusa o secularismo de ser uma "religião", carregando em seu tom e retórica a denotação iluminista e secularista da definição e crítica do conceito de "religião". Logo em seguida, Edward Feser passa toda a sua obra defendendo uma religião e moralidade judaico-cristã, utilizando argumentos escolásticos homofóbicos da Idade das Trevas. Nenhum filósofo analítico poderia ser mais incoerente com premissas e definições em um raciocínio. Entretanto, reconheço que Edward Feser acerta o alvo ao afirmar que o secularismo é uma animosidade contra a religião sem afirmação de nada "positivo" para substituí-la. Esse "algo positivo" teria de ser obviamente um sistema de crenças doutrinário, substituto da religião ocidental, exatamente o oposto da filosofia do secularismo, que defende o livre-pensamento para o progresso da ciência e da razão; mas isso tudo só refuta a religiosidade do secularismo, o que evidencia completamente a ilogicidade na argumentação da religiosidade do secularismo de Edward Feser.