MÁSCARAS VI

No espelho,

vejo um rosto, uma máscara.

Há muito olhando o passado,

o que ficou nos dias do tempo.

Olho o sol.

Horizonte distante,

nuvens escuras.

Só ele vermelho,

apenas... Distante.

Na rua, num vai-vem,

pessoas passam

sem rostos também.

Olham o chão,

anoréxicas de felicidades.

Volto ao meu mundo.

Ninguém diante do espelho,

busco o sol, agora perdido

no escuro profundo.

Volto anônimo às ruas.

Pessoas também sem rostos,

mascarados amigos,

ninguém ouve minha voz.

Falo aos monumentos antigos.

Não possuo mais

apetite de alegrias,

também olho o chão...

Assim como os outros,

ouvindo somente o coração.

T@CITO/XANADU

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 12/07/2020
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