ATO DE FÉ

Santa e terrível inquietude!

Quem saciará essa minha sede de eternidade?

Crer, entregar-me, confiar, abandonar-me, peregrinar nas estradas da vida, deixar-me levar, encantar-me, deslumbrar-me, abismar-me...

Não é fácil crer.

O ato de crer desafia os míseros limites da minha lógica humana.

Não é fácil...

- crer sem nunca ter visto,

- sentir uma presença oculta,

- escutar uma voz imperceptível.

Crer, apesar do "silêncio" de Deus.

Crer, quando se faz noite na alma (pelo menos a escuridão ajuda a realçar a luz).

Crer entre luzes e trevas, risos e lágrimas, conflitos, tragédias e desesperanças.

Há um véu cobrindo o Mistério,

uma luz guiando durante a travessia.

Crer, imensa aposta de amor.

Arriscar-me.

Entregar-me inteiramente, pouco a pouco, passo a passo, em peregrinação interior rumo à Fonte de Água Viva, e não perder tempo cavando cisternas (Jr 2,13).

Lu Mendes
Enviado por Lu Mendes em 24/06/2020
Reeditado em 24/06/2020
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