ATO DE FÉ
Santa e terrível inquietude!
Quem saciará essa minha sede de eternidade?
Crer, entregar-me, confiar, abandonar-me, peregrinar nas estradas da vida, deixar-me levar, encantar-me, deslumbrar-me, abismar-me...
Não é fácil crer.
O ato de crer desafia os míseros limites da minha lógica humana.
Não é fácil...
- crer sem nunca ter visto,
- sentir uma presença oculta,
- escutar uma voz imperceptível.
Crer, apesar do "silêncio" de Deus.
Crer, quando se faz noite na alma (pelo menos a escuridão ajuda a realçar a luz).
Crer entre luzes e trevas, risos e lágrimas, conflitos, tragédias e desesperanças.
Há um véu cobrindo o Mistério,
uma luz guiando durante a travessia.
Crer, imensa aposta de amor.
Arriscar-me.
Entregar-me inteiramente, pouco a pouco, passo a passo, em peregrinação interior rumo à Fonte de Água Viva, e não perder tempo cavando cisternas (Jr 2,13).