Sirvam-se!
A vida é como as lágrimas em céu nebuloso e pálido; pois inundam os olhos, deslizam aquecidas pelas faces, escorrem pelo peito frio, desfazem-se na terra. Algumas delas sobem às nuvens; outras...
Escritor Covid?
Minha escrita não é minha, aliás não tem dono; mas se por acaso alguém for contaminado e apossar dela, certamente é um revolucionário que ama a si e o próximo ao adotar novas maneiras e adaptações comportamentais - para melhor, óbvio.
Acendeu - apague;
Sujou - limpe;
Quer ver geminar - abra as covas e semeie;
Está ao lado - ajude;
Errou - peça perdão;
Está longe - emane pensamentos profícuos;
Foi agraciado - agradeça;
Sobrou - recicle;
Chegou a noite - agradeça pelo dia operoso;
Somou - divida;
A prática do bem sem saber quem - faça trabalhos voluntários;
Foi humilhado - não revide;
Ouviu tolices - descarte;
Abateu-se por algo - lição para a não recaída;
Sobre o simples e a complexidade - prefira o simples;
Pediu emprestado - devolva;
A dor sentida - eficaz aprendizado;
Contraiu "inimigo" - não guarde, mágoa e ressentimento;
Chegou a aurora - agradeça pelo repouso noturno;
Comprou - pagou;
Caiu - levante-se (peça ajuda, se for preciso);
Necessita - humilhe-se;
Fez algo benévolo - sem publicidade e autopromoção;
Contra a inutilidade - ocupação;
Aos doadores - eterna gratidão.
Minha escrita não mata, ao contrário, propõe a manutenção, preservação ou o reestabelecimento da Vida. Não menos, propõe o saber fazer o pão e distribuir para a coletividade; pois minha escrita é trigo integral fino, sem refino que contém energia e força motriz.
Minha escrita, o trigo, o pão não são meus, são préstimos inspiradores advindos da Natureza Divina. A mesa está posta, sirvam-se; e a energia e a força será nossa!
Ratificando: foi agraciado com algo - agradeça:
- Muito obrigado Natureza Inspiração Divina!
É uma luta infinda, lutar com a pena e páginas em branco, para os meus entes queridos não enlutarem.
Lembrando que apenas refletir não basta, é preciso inteirar-se e agir. A enxada e a vassoura, ainda que juntas, uma ao lado da outra, não limpam as sujeiras de casas e pés de planta, sozinhas. O momento é oportuno para entender a diferença entre as essencialidades e as falácias.
Boa leitura; e saúde, ainda melhor!
Carta de Machado de Assis aos Bufões
O que são deveres, não é favor; muito menos direitos. Não inverta a aplicabilidade conceitual de cidadão e os valores dados a séculos à cidadania; e mesmo sendo o filho da mamãe, dê uma trégua: pare de bufar e cumpra-os.
És filho da mamãe debaixo da saia do mesmo teto, saiu extra-muros à intempérie, um ser normal, comum, regido por leis, como o gari, ou o coveiro, ou o bêbado andarilho; ou seja sob os critérios de igualdade e justiça, todos estão expostos e sob os mandos da "Lei da equivalência social", consegue entender ou precisa desenhar?
A vida social em si, é ilusão e a arte de sonhar: utopia; quando não, planos em montoeiras de papéis engavetados, digo: Constituídos.
Tudo será mitigado, conhecerá a verdade, quando souberem que cultura e nacionalidade, é família; que por sua vez, é coisa séria. E se não for um gigante balaio de gatos de variadas etnias, cores e religiões dentro, é muito séria!
Contudo, enquanto escrevem e falam e nada acontece, valho-me do machado de Assis, ao reportar aos albabetizados: "mas esse capítulo não é sério". E foi dada continuidade ao livro, que após concluído, está sendo lido por mais de 200 milhões de pessoas; porém, os que terminam a leitura, também descobrem que o lido, não é sério. Por que?
Porque entre o escritor e o leitor, existe uma barreira chamada Nacionalidade e Cultura. O primeiro questiona, propõe, emociona, implora revolução comportamental; o segundo interpreta e age conforme seus interesses e volúpia racional.