METÁLICA

Sobre as puras estruturas

Olhos saltam

Parábolas de sonhos

Insensíveis e quase dissolvidos

Pela umidade pestilenta

Dos pântanos imprecisos.

Nervos crescem

Comprimidos em becos escuros

De cansaço e solidão.

Compreendo, agora, o balbucio silente

Da mensagem de um gato

Que a madrugada enviou

Aos notívagos, que também,

O compreendem.

Seja feita a vontade da noite,

Voluntariosa e misteriosa,

Nas perdidas divagações oceânicas

De bêbados e prostitutas;

Da noite de abôrto de saudades e solidão.

Tácito

Paulo Tácito
Enviado por Paulo Tácito em 28/05/2020
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