Sexo

Sexo vem de secare, separar ou cortar. Estamos divididos em nossa forma de união, marcados por uma fissura como ponto de origem da heteronormatividade. Talvez a ideia de trans seja tão potente por isso, já que se faz por esse além, pelo que ultrapassa os limites. Em vez de cisões e corrupções, podemos ter um misto, uma mistura, uma espécie de ménage consigo mesmo. Se for para fissurar, que seja abismal, que imploda e faça fragmentar por uma multiplicidade e não por castas binárias ou maniqueísmos fascistóides. Que a enrabada seja deleuziana, tenhamos caralhos-dildos-queer ou clitóris feministas. Que as castrações sejam decapitadas antes de se conceber um falo. Em vez de papais e mamães, um kama sutra mais oibertador. Que Édipo com seus complexos vá à merda. Vamos construir uma bíos menos binária ou desconstruir as dominações sexistas e nos gozarmos em orgasmos revolucionários.

Bruno Azevedo
Enviado por Bruno Azevedo em 27/04/2020
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