Temerosos Bueiros
O tempo escorre em sua exatidão
As águas levam as nossas opiniões
pelos inúmeros e temerosos bueiros
Ah! Se soubessem o quão fortes somos!
Que há imprudência, irresponsabilidade...
O chão demarca os insignificantes passos
E o que haveremos de ter em comum?
A terra inóspita. O vento gélido. O esquecimento.
Bandeiras tremulam em prol do monstruoso ego
A vida definha. O ódio impera. O amor se esvai...
Não culpo a ninguém. Somos irrelevantes...
Hoje, vi pálidas mãos estendidas ao próximo
Vi o breu emanando de ti, na mais crua claridade
As noites, os dias, as tardes... Estamos todos à beira de um gigantesco orifício, e lá dentro apenas o vazio.
Alexsandro Menegueli Ferreira
30/03/2020
Segunda-feira às 01:55