HOJE NÃO SE ESCREVE MAIS MEMÓRIAS
O passado não pode nos dominar. Ficamos presos no passado quando nos culpamos pelo o que não foi. Podemos questioná-lo. E não sofrer como o peso que carregam certos neuróticos abstêmios.
O passado não pode ser um fardo insuportável. Quando em si negado, pela revelia que se leva, quando dele somos responsáveis.
O passado que não passa só existe em nossa imaginação, mas ele é real como o sonho.
Como dizia o poeta “ocupa- te de seu presente ”, com o que faz presença em tua vida.
É o sentimento de culpa, ele quer destruir nossa memórias mais profundas. Ele quer obscurecer às lembranças.
A humanidade sem memória não quer cicatrizar suas feridas, é o sentimento de punição que faz ela estranha para si mesma.
No tempo em que vivo, fomos alienados da lembrança. Apagaram nossas memórias e só sobrou o imediatismo permanente.
Perdemos o tempo de contar, nos livramos de nossas cargas afetivas, sem autoconsciência e confrontamento dos fantasmas.
O passado voltará contra nós próprios, sobre nossas impotências, quando o não esquecido estiver presente, se encondendo em nosso próprio corpo, como fuga velada.
Eu me situo em lugares desabitados, onde o meu corpo são os meus pensamentos. Os minutos são eternos. E aflora o rastro, por onde fui fundado.
De Fernando Henrique Santos Sanches - Poeta das Almas - Fernano Febá