O Fim de Um Ciclo

A consciência se finda numa noite eterna,

cujo corpo em suspensão, abraça

o infinito. Não há lamúrias ou qualquer rito.

Somente a passagem da matéria rumo

ao início. Em milésimos de segundos, o

precipício estará distante. E o corredor

pouco nítido, será o percurso que muitos

necessitam para poder seguir adiante.

Não foi de repente essa iniciativa. Não foi

em um simples apagar das luzes. Houve

um turbilhão de sentimentos em suas cruzes,

e essa ocorrência se tornou bem natural.

Nunca reconheci a tão comentada face do

mal. Mas perdi as contas das vezes que

me esbarrei com os ditos seres benévolos.

Fui e não houve lágrimas. E as que caíram,

observaram lenços sujos, rasgados. Não

reconheci nos dizeres, algo real ou

transparente. Apenas fugas repentinas para o

abismo de minha mente. Foi tão difícil o

entendimento sobre todos e sobre tudo. Imergi

com raiva nas águas gélidas do absurdo!

Agora, as notícias circulam de forma curiosa.

E as dissimulações sorriem em textos fabricados

por seres ilusórios. Palavras são palavras... E os

gestos contraditórios. Algo se foi, mas o amor

ainda resiste. Conheço-o em poucos. Contenta-me

de forma sublime. Não é coisa que se ensine. Nasce

sem fronteiras ou imposições. Torna-se completo

em raros casos ao se estruturar em suas frações.

O fim precoce de um ciclo e tudo que virá como

da vez anterior. Poucas mudanças cuja essência

não se fracionará. O breu novamente a receber

seus filhos conturbados. A extinção corriqueira

contracenando com o renascer das cinzas.

Minúsculos nesse instante e com o passar

do tempo, se tornarão grandes fardos. As

respostas estão entre muitos labirintos. As

verdades não passam de poeira dispersa

no mais raivoso ciclone. Jamais serão sólidas

e claras. O entendimento desse colossal

manicômio nunca se tornará concreto.