Nada sou.

Citando a primeira estrofe de Tabacaria - Fernando Pessoa:

"Não sou nada.

Nunca serei nada.

Não posso querer ser nada.

À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo. "

Desde a primeira que li esse texto, essa frase martela em minha mente.

Dentro de todas as versões do meu Eu existentes no mundo, a que eu enxergo é a única que realmente me faz entrar em parafuso...

Como pode ter tanto impacto "não posso querer ser nada".

Me pego refletindo: O que eu quero?

Onde quero chegar?

Até onde posso ir?

Estou trilhando meu melhor futuro?

Se não o melhor, estou traçando realmente o que mais me apetece?

De tantos pensamentos, coerentes ou confusos, me resta a dúvida:

O que estou fazendo com minha vida?

Onde fica traçada a linha que separa a linha do ser e do querer ser?

São tantas coisas que temos que escolher durante o dia, o que me faz a perder a coragem do que querer ao longo da vida.

Qual par de sapatos calçar?

Qual cor de camiseta devo vestir?

O que e onde almoçar?

Tentar ou não cultivar uma nova amizade?

Sair ou continuar no relacionamento, no emprego, no cotidiano?

Em tantas cabeças pensando, por todos os lugares onde passo ou já passei, será que mais alguém tem o mesmo pensamento?

Tudo que fazemos altera o nosso futuro, é o efeito borboleta. E é muito pesado ter que imaginar que uma escolha certa ou errada pode mudar todo a nossa volta.

Como e quando saber o que é o melhor pra mim?

Se nem isso eu consigo identificar, como saberei que estou fazendo o meu melhor?

Ricardo_Menezes
Enviado por Ricardo_Menezes em 21/08/2018
Código do texto: T6425851
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