Habreas Copus

A Galo estava prestes a ser preso pelos crimes cometidos contra os galinheiros do territorio vizinho, quando inesperadamente, encontraram uma virgula em uma das muitas leis que o condenava. Tal ocorrencia ortografica altera o entendimento dos supostos fatos.

- Acatando o pedido da defesa de responder em liberdade, a prisao de Galo esta revogada ate segunda ordem.

Ass.: Juiz Mutavel Gambiarreiro

Enquanto o Galo não Canta

Esse país é uma frutaria.

Tráfico. Prostituição. Corrupção.

Greves. Falsas promessas. Deseducação.

Que isso homi. Tudo em perfeição.

Muié, abra as pernas, vai!

Trepe, fode, arreganhe mais.

Maria, deixe de lero lero,

e assombrosa hipocrisia.

Ocê quando quê, Zé;

é igual cão sem dono:

baba, saliva, cheira, lembe, rosna, esperneia.

Explode palavras, feito bomba,

no pé do ouvido,

Carinhoso em sua latumia.

Isso muié: balança,

vai e vem, feito gangorra.

Fodê é que ninguém o país:

Vai e vêm agalopado.

Zune a zorra, sobe a borra.

Vai mais de pressa,

que logo, loguinho,

mando todo mundo

tomá no toba em Trinidad Tobago.

Eita muié que inferniza,

bota lenha, crepita a labareda,

nesse nosso inferninho.

Enquanto o galo não canta,

os catarrentos choram,

ronco a cuica e bato pandeiro,

o sol se levanta,

a muié dança,

E tome bordelança.

Certo Maria?

O que seria do pobre brasileiro sem os príncipes encantados, contos de fada, futebol, botecos, greve de caminhoneiros, papel higiênico, garis, sonhos, ilusões, banheiros, petróleo, cachaça, vodka, políticos, barrigudinhos, cemitérios e Recanto das Letras.

Alto índice de suicídio, Zé Beu.

Morre quem morre, Maria,

porque nóis, tamo é vivo.

Acode lá e a teta ao Diquinho, vai dá.

Chorando desse jeito, vai me atrapaiá.

Mutável Gambiarreiro
Enviado por Mutável Gambiarreiro em 20/04/2018
Reeditado em 03/06/2018
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