Quantas vezes já vivi?
É estranho, parece que já sei quando algo novo vai ter fim
É como se o novo fosse uma cena velha a repetir
Parece que vivi isso noutros planos, noutras dimensões
Mesmo sendo novo, sinto e assisto ocorrer as cogitações
Assim como minha mente e coração presente
É o que depois ocorre da mesma forma, é exatamente
Ao mesmo tempo que é bom é ruim
Você às vezes sofre antecipado quando conhece o triste fim
Quantas vezes já renasci?
Quantas dimensões já vivi?
Será que para alcançar o nirvana demora tanto assim?
Já me disseram que já me veem preparado
Já me contaram que sou revelado
Já fui parar do outro lado
Talvez um sonho, talvez a lembrança de um passado
Que dia realmente tudo vai seguir bem?
Quando finalmente poderei viver zen?
Será preciso quantas vezes mais resetar a vida com alguém?
Por quantas vezes mais não conseguirei viver prolongamente algo além?
Por quê precisa ser temporário?
Por que no fim me torno um emotivo mendigário?
É sempre o mesmo costume de ser bom e virar otário.
Não dá nem para dizer se a vida está ao contrário.
Pois nem sei quantas vezes vivi o anti horário.
Triste início do fim relicário.