DESDIZER
A borda, a borda é áspera e perigosa.
Acrofóbico, caminho pela linha transparente.
Piso o transtorno da rota.
Depois, aceito e desafio o fio
a me carregar para o desvio.
A lama ,deitada na cama,
me diz que adormeça.
Sonho o sonho do hoje.
Atônito, vomito o dizer,
o pensar, o recorrer,
assim, na pauta,
amassados.
O vocábulo roto
perfura a terra ,
eu planto, em profundo cerco,
o desgosto.
O contorno de meu rosto,
a minha face riscada
criam o palco aberto
para a vida que vivo,
Vida pequena, transparente,
que luta por tudo, por nada.