DESDIZER

A borda, a borda é áspera e perigosa.

Acrofóbico, caminho pela linha transparente.

Piso o transtorno da rota.

Depois, aceito e desafio o fio

a me carregar para o desvio.

A lama ,deitada na cama,

me diz que adormeça.

Sonho o sonho do hoje.

Atônito, vomito o dizer,

o pensar, o recorrer,

assim, na pauta,

amassados.

O vocábulo roto

perfura a terra ,

eu planto, em profundo cerco,

o desgosto.

O contorno de meu rosto,

a minha face riscada

criam o palco aberto

para a vida que vivo,

Vida pequena, transparente,

que luta por tudo, por nada.

Helena Helena
Enviado por Helena Helena em 08/11/2017
Reeditado em 15/05/2020
Código do texto: T6165585
Classificação de conteúdo: seguro