Ensina-me a ser frio assim...

"Ensina-me a ser frio assim. A olhar com esse desprezo, a não falhar a voz, não tremer. Me ensina a te olhar como se você não tivesse sido alguém importante pra mim. A não procurar, não admitir que dói, que foi importante. Conta-me como é que você faz pra jogar no lixo um amor tão bonito e tão difícil de se encontrar por aí. Me dá um pouco dessa coragem de ir embora, de ser covarde, de bater a porta na minha cara. Você dorme bem? Eu não. Fico levando o peso de ser assim, sentimental. De acreditar que o amor tem conserto. De não desistir daquilo que acredita. Ah, vai, me diz o que você faz pra viver como se a gente fosse nada. E essa indiferença na voz? Me diz, eu imploro, como não sentir tanto. Não sangrar tanto. Me diz como você teve coragem de ser tão cruel com a gente. Admita o motivo de ainda me assombrar, como um fantasma que não quer ficar, mas se recusa a sumir de uma vez. Por último, eu te peço, me ensina a não amar tanto. A não me entregar tanto na próxima vez. A pular do barco quando houver sinais de naufrágio. Talvez assim eu sinta menos. Talvez até eu sangre menos. Talvez não tenha mais que escrever um texto triste assim..."

Estas palavras me fazem recordar o fatídico dia em que fui humilhado e tremendamente diminuído no meu amor por uma mulher, situação esta que me fez sofrer bastante, quase me fazendo cair em depressão.

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O texto acima é de autoria de Lazaro Rethielly, um colega que, assim como eu, também publica seus escritos aqui no site Recanto das Letras.

Lazaro Rethielly
Enviado por Paulo Seixas em 14/08/2017
Reeditado em 15/11/2017
Código do texto: T6083245
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