Mentes Inertes
Tristes peças de porcelana em meio ao indestrutível aço. Figuras patéticas envoltas nesse grande laço, imersas ao espetáculo que se desenvolve a cada dia. Imbecilidade que se irradia dos rostos cansados e mentes inertes.Tantos dissimulados flertes, tantos seres inescrupulosos. Mas nada disso importa a essa gente alienada, que mergulha de cabeça nessa grande cilada, e veem com entusiasmo os chicotes descendo furiosos. Ao vento, inúmeras bandeiras hasteadas; ao relento, pessoas vivendo seu eterno conto de fadas.
Rédeas longas pelo tempo que for necessário, esmolas a todo instante e está construído um lindo cenário. Livres pensam ser, mas a cada entardecer, um futuro impróspero se desenha. E a quem convenha: o sistema mortífero defecando o seu lixo cultural. A mesa está posta e tudo parece tão normal, cenas inúteis em um teatro armado onde demagogos e hipócritas desfilam soberanos. Por longo anos, essa droga vai sendo disseminada de maneira sutil, e deixando milhões em estado totalmente febril.
Mentiras confortáveis acalentam pobres corações e estática, a metros dos grandes portões, a pobre indignação. Monstros vorazes se alimentam da absurda alienação, e erguem seus castelos em cima das incontáveis ruínas. Milhões de seres se acalentam
nessas ditas palavras genuínas, e um exército de loucura começa a se erguer. Aos olhos dos que não conseguem ver, os questionamentos inexistem e os passos demarcados por caminhos previsíveis persistem.