PARADIGMAS

Seria o culto à pobreza ou sua aceitação passiva, condição para a felicidade? Eu diria que não... Da mesma forma como o culto à riqueza e apego desnecessário e infundado aos bens materiais. Na verdade essa é uma situação delicada que exige reflexão. Não se tem paz de espírito no desespero: pela falta ou excesso de bens materiais. O primeiro traria insegurança pela falta do mínimo necessário para a sobrevivência ou bem-estar, o segundo pela possibilidade de perder tudo que tem (muitas vezes conquistado com muita dificuldade). O ideal, então, seria o equilíbrio entre querer e se esforçar para ter, sem se escravizar - fazendo o que faz com desprendimento e prazer (quem não sente prazer no trabalho, geralmente adoece); e o segundo sem a ganância doentia e desmedida.

Quem tem tanto que nem sabe o que tem, não dá valor (e, consequentemente, não tira real proveito de suas posses); quem não tem nada e nem ambição sadia para conquistar algo na vida, acaba se transformando em mais valia para quem tem demais e escraviza o outro que tem de menos ou nada (principalmente este último - daí a necessidade de uma certa ambição).

Não é pecado ser ambicioso, não é pecado ser rico! Algumas Igrejas estão até ficando milionárias através da Teologia da Prosperidade. Elas ensinam seus fiéis a ficarem ricos e pegam os dez por cento do dízimo... Imagina só, proporcionalmente (ou exponencialmente), para onde isso leva! Tanto um (fiel) quanto outro (igreja) se beneficiam disso - e quem em sã consciência poderia culpá-los, com base (apenas) na vida material? Por outro lado, o que se consegue através desta postura nos mostra, apenas, o poder da mente, da possibilidade de concretização; mas através da força espiritual, do entendimento da onda universal - que envolve a tudo e a todos e nos entrelaça nas infinitas possibilidades!

Essa crença cultural de que é preciso ser pobre para ser feliz é, a meu ver, uma visão distorcida do que ensinaria a Igreja Católica (Prosperidade Cristã). Creio que houve, em algum momento da História, interpretação errada entre pobreza de espírito e pobreza material; uma coisa não tem nada a ver com a outra, muito pelo contrário!

Lourenço Oliveira
Enviado por Lourenço Oliveira em 10/09/2016
Reeditado em 19/09/2016
Código do texto: T5756925
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