Dom ou treinamento?
Escrever é um ato solitário. O orador, pelo contrário, terá que interagir com uma plateia.
Algumas pessoas nasceram com o dom da oratória, outras foram treinadas para isso. O orador não precisa, necessariamente, escrever; basta estudar o assunto, listar os tópicos e expor. Não sem antes, é claro!, planejar o tempo da exposição para enquadrar com certa precisão no tempo disponibilizado e programado.
Um escritor que não tenha fobia social, se não tiver o dom da oratória poderá ser treinado. O fóbico também, embora tenha que passar primeiro por um tratamento psicológico.
O orador sem o dom da escrita poderá aprender técnicas de redação ou escrever sobre algo técnico e específico sobre o qual tenha ou obtenha conhecimento. Depois, se sentir gosto pela coisa, poderá aventurar-se em outras searas do mesmo campo (crônicas, contos, romances...)
De qualquer forma a excelência que cada um poderá atingir dependerá do grau de dedicação ao que se propuser a fazer. Independente do dom natural.
Creio que a oratória exige domínio de palco e, principalmente, sobre o assunto a ser abordado. Eu diria que todo escritor tem potencial (se ainda não for) para ser um orador (até porque quem escreve sobre algo com certeza tem argumentos suficientes para expor). E todo orador seria - pelo menos teoricamente (Lula é uma exceção à regra) um estudioso nato e, portanto, em condições também de escrever.
Mas para ser um ótimo escritor ou um destacado palestrante, com certeza precisará do dom! E de empenho, muito empenho, pois nada se desenvolve plenamente sem trabalho árduo. Como em qualquer atividade...
Dilma seria a exceção das exceções - para ler, escrever ou discursar. É um caso que exige, com certeza, muito estudo...