Devorador de mundos.
Mascar a máscara que embrulha tua alma
e na massa que resulta esculpir nova face,
sem engolir os minutos tolhidos, apagados
de uma incessante contagem sem reveses,
sem talvez ou alternativa à tua calma.
Mascar sem guerra, sem pressa o corpo
e abrir para passagem de tua vida,
como se não fosses o mesmo a viajar,
por entre as faces que revestes
todos os dias, em destino torto.
Mascarar a vã fome de se conhecer,
como se sentido houvesse ou fosse
no fim do túnel algo pula,
no meio de uma vida que vivesses,
ao pé de um viaduto a se desfazer.
Como se todo sentido fosse saber
quem és, aonde vais e por quê?
Um tanto a desmaiar-se nas horas
a esmolar cada segundo por vir.
Criança tola a perder-se na gula!