Sobre os ricos
Eu parei de odiar as pessoas ricas quando me toquei que todas elas deram tudo de si para chegar onde chegaram ou conservar o que herdaram. Eu não os julgo por hipervalorizarem esse esforço e serem impiedosos com os pobres. Sei também que a riqueza confunde amizades e interesses, e traz suas dores. Portanto, se não concordo com o tipo de vida deles, cabe a mim fazer as minhas obras, e graças a Deus se resultarem em algo concreto no fim, em vez de entregar minha vida a uma busca insana por usurpar sua riqueza. Quanto mais louco eu não seria para doar tudo o que eu finalmente usurpei? Pois que miseráveis não necessitam de dinheiro, mas de misericórdia. Oprimidos não necessitam de poder, mas de consolo.
Ignorantes não precisam de voz, mas de orientação.
Dizem em Portugal: tudo perece, só a boa obra permanece. E assim vemos que, em meio a tantos atos torpes e megalomaníacos que certos indivíduos praticam em nome dos injustiçados socialmente, as caridades, aparentemente insignificantes, são as que verdadeiramente edificam o mundo, e dão mais ou menos chances a uma humanidade que sob a chuva e sob o Sol é igual.