PÁRIAS & GLÓRIAS
Párias nas praias
Povo na lama
Que escorre no chão
Nos rios brejeiros
Nos morros ocupados
Lágrimas secas
Em meio à podridão
Delatados espúrios
Moedas e células
Fugindo em tramas fiscais
Construções majestosas
Lastro das falcatruas
E o povo nas ruas cansado
Clamando por solução
As párias bochechas saudáveis
Estão bem rosadas em estado de glória
E humildes gentes por aí afora
Necessitando de um simples pão
Bandidos e menores infratores
Com mais direitos e proteção
Do que a comum população
É tanto descaso franqueado às claras
Energia com taxas tão altas
Muitas pessoas quase na escuridão
Quem devia proteger é também um corrompido
E ainda que conivente vai pra vala
Por quem chamava de parceiro e "irmão"
Só contamos com a fé que Deus nos valha
Prédios e casas ruindo por todo lado
E os párias nas entrevistas oficiais
Com sorriso irônico nos lábios mordazes
Autorizações para vistorias nunca feitas
E os bombeiros acusados coitados
Os imóveis desmanchando feito nuvem
Desabrigados sem alento ou cortesia
Sem saúde sem educação sem futuro caro alimento
Só promessas feitas com lustro nas caras de pau
Ir e vir é um suplício assaz inseguro
As doenças parecem brotar do pátrio chão
Um mosquito de terror mutante assusta
Causando nas grávidas muita apreensão
Crianças pagando o pato que dos párias, é refeição
Difícil crer em alguma mudança verdadeira
Numa nação de omissos e corruptores
Só nos resta penar as nossas tristes dores
Trabalhar enquanto nos permitem laborar
É preciso se agarrar em fervores
E prosseguir tentando manter a sanidade
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de 2016.
Párias nas praias
Povo na lama
Que escorre no chão
Nos rios brejeiros
Nos morros ocupados
Lágrimas secas
Em meio à podridão
Delatados espúrios
Moedas e células
Fugindo em tramas fiscais
Construções majestosas
Lastro das falcatruas
E o povo nas ruas cansado
Clamando por solução
As párias bochechas saudáveis
Estão bem rosadas em estado de glória
E humildes gentes por aí afora
Necessitando de um simples pão
Bandidos e menores infratores
Com mais direitos e proteção
Do que a comum população
É tanto descaso franqueado às claras
Energia com taxas tão altas
Muitas pessoas quase na escuridão
Quem devia proteger é também um corrompido
E ainda que conivente vai pra vala
Por quem chamava de parceiro e "irmão"
Só contamos com a fé que Deus nos valha
Prédios e casas ruindo por todo lado
E os párias nas entrevistas oficiais
Com sorriso irônico nos lábios mordazes
Autorizações para vistorias nunca feitas
E os bombeiros acusados coitados
Os imóveis desmanchando feito nuvem
Desabrigados sem alento ou cortesia
Sem saúde sem educação sem futuro caro alimento
Só promessas feitas com lustro nas caras de pau
Ir e vir é um suplício assaz inseguro
As doenças parecem brotar do pátrio chão
Um mosquito de terror mutante assusta
Causando nas grávidas muita apreensão
Crianças pagando o pato que dos párias, é refeição
Difícil crer em alguma mudança verdadeira
Numa nação de omissos e corruptores
Só nos resta penar as nossas tristes dores
Trabalhar enquanto nos permitem laborar
É preciso se agarrar em fervores
E prosseguir tentando manter a sanidade
Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 20 de fevereiro de 2016.