Testemunha Silenciosa
Um vez,
Olhei o Espelho da Vida.
Não me vi.
Impossível reconhecer-me.
Ele estava tão fragmentado,
Eram tantos caquinhos
Refletindo alguma coisa
Mas nenhuma era eu.
Por alguma razão,
Via a miríade de caquinhos
Mas o Espelho inteiro,
Ah! Isso não.
Então,
Certo dia,
Uma manhã de sol radiante,
Viajando num ônibus.
Descendo a serra,
Olhei a janela,
De súbito,
A majestosa beleza
Da vida circundante
Capturou o observador
O Espelho refletiu
A Totalidade.
Nela, eu, não existia.
Era uma Consciência Total.
Testemunha Silenciosa,
Aquilo bastava,
Apenas me incluía.