O inconsciente não é um vilão.
Eu o imaginava assim, um vilão que o tempo todo me provocava a olhar para dentro de mim, para as minhas cicatrizes.
Ontem, li um poema que descrevia a vida de alguém que andava angustiado porque um fantasma o acompanhava de manhã até à noite.. Não aguentando tanto sofrimento implorou ao fantasma que o deixasse ser feliz. Que fosse embora... Frente ao pedido daquele que sempre ao seu lado esteve o fantasma respondeu-lhe que não o deixaria, porque ele era a sua desgraça.
Não contente com o final do poema enviei ao autor uma mensagem, sugerindo que substituísse o último verso por este outro: não o deixarei porque eu sou o seu contrapensamento.
Como bem descreve Bachelard, o contrapensamento tem como função criar o confronto com algo já acomodado em nossos sistemas de representação mental, gerando transformações incríveis no nosso jeito de pensar, ser, fazer e conviver com o outro.
Agora, será que não é isso mesmo? Afinal, para que servem esses fantasmas?
Ou ainda, o que representam as cicatrizes que temos por todo o corpo, evidenciadas por Lacan?
"O corpo é o lugar das cicatrizes
deixadas pelos primeiro traços
vindos do outro"
Lacan
Não seriam ferramentas de intervenção humana criadas pelo próprio homem, tendo em vista a sua própria evolução?
Significantes x significantes? Pensamento x contrapensamento? Como hipótese, sim, mas para tanto, isto é, para subir na escala das descobertas é preciso que este movimento vire um hábito, quase corriqueiro:
Questione seus sentimentos, pensamentos e, ações.
Reflita sobre a sua prática e não sobre a prática do outro.
Busque fazer diferente, mude seu jeito de se relacionar com o outro, faça circular o pensar e o fazer e, busque coordenar diferentes pontos de vista, para em fim, tomar decisões mais assertivas.
Pense, reaja, abra todos os caminhos para que o trânsito fique cada vez mais livre entre o inconsciente e o consciente.
Por último, ainda no campo das hipóteses – o inconsciente não é o vilão como eu pensava, mas sim, o contraponto, o contrapensamento X meus significantes que se atraem, chocam-se e transformam-se, com o tempo.
Yvone Restom
18/11/2015
Eu o imaginava assim, um vilão que o tempo todo me provocava a olhar para dentro de mim, para as minhas cicatrizes.
Ontem, li um poema que descrevia a vida de alguém que andava angustiado porque um fantasma o acompanhava de manhã até à noite.. Não aguentando tanto sofrimento implorou ao fantasma que o deixasse ser feliz. Que fosse embora... Frente ao pedido daquele que sempre ao seu lado esteve o fantasma respondeu-lhe que não o deixaria, porque ele era a sua desgraça.
Não contente com o final do poema enviei ao autor uma mensagem, sugerindo que substituísse o último verso por este outro: não o deixarei porque eu sou o seu contrapensamento.
Como bem descreve Bachelard, o contrapensamento tem como função criar o confronto com algo já acomodado em nossos sistemas de representação mental, gerando transformações incríveis no nosso jeito de pensar, ser, fazer e conviver com o outro.
Agora, será que não é isso mesmo? Afinal, para que servem esses fantasmas?
Ou ainda, o que representam as cicatrizes que temos por todo o corpo, evidenciadas por Lacan?
"O corpo é o lugar das cicatrizes
deixadas pelos primeiro traços
vindos do outro"
Lacan
Não seriam ferramentas de intervenção humana criadas pelo próprio homem, tendo em vista a sua própria evolução?
Significantes x significantes? Pensamento x contrapensamento? Como hipótese, sim, mas para tanto, isto é, para subir na escala das descobertas é preciso que este movimento vire um hábito, quase corriqueiro:
Questione seus sentimentos, pensamentos e, ações.
Reflita sobre a sua prática e não sobre a prática do outro.
Busque fazer diferente, mude seu jeito de se relacionar com o outro, faça circular o pensar e o fazer e, busque coordenar diferentes pontos de vista, para em fim, tomar decisões mais assertivas.
Pense, reaja, abra todos os caminhos para que o trânsito fique cada vez mais livre entre o inconsciente e o consciente.
Por último, ainda no campo das hipóteses – o inconsciente não é o vilão como eu pensava, mas sim, o contraponto, o contrapensamento X meus significantes que se atraem, chocam-se e transformam-se, com o tempo.
Yvone Restom
18/11/2015