A linguagem do meu inconsciente traduzida em bonecas.
Bonecas
Bonecas que recebi.
Bonecas que pouco vi.
Bonecas que logo dei.
Bonecas que não troquei.
Bonecas que desprezei.
Bonecas que voltaram.
Bonecas que se desfizeram.
Bonecas que se esfacelaram.
Bonecas que eu nunca amei....
Yvone Restom
20/11/2015
Explico
Quanto pequena e filha única de pais conservadores eu, para ganhar a amizade das meninas que moravam perto de casa, dava a elas minhas bonecas ( aliás elas só serviam para agradar e para eu brincar quando chovia). Acontece que simbolicamente meu movimento com o outro continuo e, continua sendo esse... Dar e dar para ser amada.
A generosidade para com o outro ( não sei se desrespeitosa para comigo, talvez ora sim ora não) é tanta que abro espaço para que o nível de exigência, ao me relacionar profissionalmente ou afetivamente com o sexo oposto, fique ada vez mais alto, porque ao final eu acabo oferecendo o que eu tenho no momento e o que eu não tenho.
Já imaginaram se essa doação fosse altruísta? Não seria criativa, mas a própria criadora.
Ainda, não sou, infelizmente, porque ainda espero a valorização, o afeto, a admiração, o retorno, mesmo que financeiro.
Por que eu me submeto a tudo isso? Medo de perder o afeto, de ficar sozinha, de perder o emprego, de ......Medos e mais medos que também, me dão força para enfrentar os desafios que a vida me impõe e, acabam sendo reais oportunidades para que cresça, amplie a mente para o melhor, o que vai me auxiliar a percorrer caminhos cada vez mais com liberdade.
Yvone Restom
20/11/2015.