SÓ DIVAGANDO
 
quando me vi no espelho
pensei cá comigo
quem é essa criatura
tão cheia de vida
e com um cansaço nas rugas
meu sorriso ainda de menina
minha voz de aeroporto vivaz
rouca e sensual
ainda estou viva demais
confrontando o espelho
ele não soube me responder
cada marca deixada pelo tempo
tem sua história e me orgulho delas
é como se eu só me enxergasse pelo avesso
que é dissonante com o meu exterior
conforme-se disse eu para mim bem alto
são os efeitos da gravidade
então fechei o espelho


Cristina Gaspar
Rio de Janeiro, 15 de outubro de 2015.
Cristina Gaspar
Enviado por Cristina Gaspar em 15/10/2015
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