A PÁTRIA DOS CARAÍBAS
Os seus filhos bons gentios não fogem a luta
Aqui é matar ou correr...
Mulato sem teto, de terra adentro.
Voz do coração da mata
Do melado mestiço mesclado
De sua negra liberdade fala.
Traficantes de almas, contrabando
O Grande Sertão é sua garantia
Ingestão da criadagem.
É vencer ou vencer uma manhã de Sol
A eterna luta do amor ausente
A catequese, o carnaval dos caraíbas.
A letra, a carta, o canto da casa grande.
O sonho de liberdade, em um mundo sem nome.
As prisões pela propriedade indébita
Devassa o final feliz dessa história
Se a glória só é levantada na desobediência
Salve, Brasil! De inúmeros povos chama.
Não há Alemanha em sua Amazonas
Nem eixo em seu Amapá
Nem José de Alencar, nem Anchieta em Andes
O tempo de resistência é uma ocupação de favelados
Pois mesmo abolição dos escravos
É um pano na boca do Brasil sacrificado.
De Fernando Henrique Santos Sanches - Fernando Febá