A PÁTRIA DOS CARAÍBAS

Os seus filhos bons gentios não fogem a luta

Aqui é matar ou correr...

Mulato sem teto, de terra adentro.

Voz do coração da mata

Do melado mestiço mesclado

De sua negra liberdade fala.

Traficantes de almas, contrabando

O Grande Sertão é sua garantia

Ingestão da criadagem.

É vencer ou vencer uma manhã de Sol

A eterna luta do amor ausente

A catequese, o carnaval dos caraíbas.

A letra, a carta, o canto da casa grande.

O sonho de liberdade, em um mundo sem nome.

As prisões pela propriedade indébita

Devassa o final feliz dessa história

Se a glória só é levantada na desobediência

Salve, Brasil! De inúmeros povos chama.

Não há Alemanha em sua Amazonas

Nem eixo em seu Amapá

Nem José de Alencar, nem Anchieta em Andes

O tempo de resistência é uma ocupação de favelados

Pois mesmo abolição dos escravos

É um pano na boca do Brasil sacrificado.

De Fernando Henrique Santos Sanches - Fernando Febá

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 28/09/2015
Reeditado em 27/10/2015
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