Vida
Sim... é chegada a hora de partir!
E nesse momento não é questão de precisão. EU escolho IR... ir pra sempre: não quero mais entender teus motivos e não faço questão de que entenda os meus.
Cansei de lutar contra as nossas lembranças, de rememorar olhares, de fechar os olhos pra sentir a sensação da tua mão deslizando pela minha pele...
Antes eu o deixava ir, num gesto exacerbado de um altruísmo que nem me pertence!
E você sempre ia, a passos largos... vagarosos... de alguma forma se deixava ficar à vista dos meus olhos (marejados por sal).
...
E agora o seu jogo não me faz mais sentido. E se quer mesmo saber: fique! Fique você! Fique onde está, fique à vontade... fique sozinho com essa sua indecisão: porque eu já sei pra onde ir! E por isso mesmo, quem parte desta vez sou EU!
E parto sem lágrimas, sem arrependimentos! A cada passa eu me desfaço de uma lembrança tua. E eu só descansarei quando nada de nós dois restar dentro de mim.
Refeita.
Tudo que desejo é me fazer inteira.
...
Confesso que a cada lembrança ao chão, eu olho pra trás... numa esperança traiçoeira e infundada que talvez, somente talvez, eu ainda possa te avistar.
Mas eu me apressei.... dessa vez não deixei a saudade me pegar.
E com o coração refeito, volto ao ponto de partida. Não me importo com a sua presença: eu não jogo mais.
...
E abruptamente, vejo que tanto faz. Que tanto fez!
"Veni, vidi, vici" - e isto não é opcional: pra mim - isto é a VIDA.