O fim e a eternidade de uma jovem
Em seus olhos era possível que os sábios observassem uma lágrima de tristeza. Ela não tinha medo e em sua coragem ficava despedaçada. Tentava entrar para o convento, mesmo sabendo que uma única escolha é o fim da própria existência. Nunca esteve preocupada com o presente, é que demasiadamente estava inserida no passado, ou quando muito tarde em um futuro que nunca iria chegar.
Foi levada de forma inconsolável ao velório das pessoas que mais amava e acreditava que no dia de sua morte seria mais uma solitária. Não conteve risos quando se apaixonou pela pessoa que dizia ser a sua alma gêmea, o problema é que quando foi traída nada mais lhe representou o sabor que foi vivenciado. Jogava com as amigas para tentar descobrir na sorte tudo o que poderia ser nobre, perdia todos os jogos por não saber que a ciência havia superado a religião. Aos poucos se transformava e o seu estado depressivo tinha sido causado por sua ânsia por verdades absolutas.
A vida para todos e especialmente para a jovem nunca teve um único sentido. É que a música seria muito chata se fosse de apenas um único instrumento. Teve seus dias de princesa e bem no fundo de seu coração sabia que poderia envelhecer sem ser dominada por seu imperador. Quando estudante era naturalmente velha, quando caiu na realidade não teve forças para enlouquecer novamente.
Talvez o que matou a jovem foi o seu estado infantil de levar tudo de forma demasiadamente metódica. De suas escolhas restou sangue, de seus desejos descontrolados restaram os abusos que sofreu, de sua pele restaram moedas que todas as prostitutas recebem. Aos seus filhos nada deixou, é que matou os seus filhos antes mesmo deles terem nascido. Teve crianças que lhe deixavam ainda mais descontrolada, teve uma vida que irá se repetir na mesma proporção de suas escolhas que irão estar ecoando pela eternidade.
Escritor Joacir Dal Sotto .'.
Cura Mental e Espiritual "Mestre Divino" .'.