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PREFÁCIO (de meu livro "Curvas da Verdade")
 
Por Joacir Dal Sotto
 
 O que um poeta pode ser além de um indivíduo que ficou alienado pelas emoções alheias? Talvez o peso de uma crítica fundamentada em conceitos absolutos da filosofia seja capaz de calar qualquer alma desprovida de longas horas de reflexão nas alturas de montanhas que muitos dizem ser o caos da solidão, mas é diante estudos detalhados que surge uma grande e temida formação dos homens e mulheres realmente superiores.
 Com curtos textos somos capazes de alegrar os corações alegres, entristecer quem nasceu triste e transformar quem tem o espírito interligado ao constante processo de mudança. Como dizia um grande filósofo: “ninguém se torna àquilo que não é”.
 Em nenhuma parte do livro encontraremos uma certeza absoluta, a mudança é cheia de contradições. O poeta em si é por algumas vezes como a maioria dos seres humanos, engaiolado por conceitos eternos, onde o manual promete uma salvação após a morte, ou, uma libertação diante uma vida de trabalho árduo. Em alguns casos, onde a placa de exemplo está pregada, a perfeição vai surgindo através dos hábitos – logo temos um sujeito virtuoso, mesmo que seja dentro dos princípios morais.
 Cheguei em alguns períodos de minha curta existência a crer ou acreditar em religiões e pessoas, só que com o tempo eu percebi que a minha fé não era do tamanho de minhas necessidades. Caso houvesse uma continuação, o fracasso era evidente.
 Encontrei o caminho simples, da descrença absoluta, desconfiava de mim mesmo. Ai é que foi uma grande precipitação, a vitória podia até ocorrer – mas eu mostrava um instinto de homem fracassado.
 Hoje eu acredito no caminho da superioridade da vida, na vontade de domínio, na necessidade de ativar os puros instintos de nossa natureza eternamente jovem, na raridade de equilibrar o ser com o estar, o ter com o dar, o sonhar com o realizar. Carrego uma única certeza absoluta, a de que estou vivo para viver de meu pensar.
 O engano que muitos levam a meu respeito é de que eu possa ser um ateu consagrado diante meus inimigos, um excluído socialmente buscando vingança através de um plano minucioso, um solitário querendo trazer solidão ao mundo, um triste ser diante as dificuldades da vida. Tenho é muito amor pelas pessoas, escrevo para fortalecer cada indivíduo desse mundo tão belo, tenho alguns gostos que se assemelham aos gostos de nossa sociedade, o principal é que também busco uma pessoa para amar – se é que já não encontrei.
 Aproveite esse livro como se fosse a chave que te liberta da prisão, só tome cuidado para não ficar preso na prisão que é ler e acreditar em um único livro.

Escritor Joacir Dal Sotto