Uma fraca juventude
Fico imensamente preocupado com o futuro dos jovens que não buscam pela transformação. Ao mesmo tempo que dependem dos pais, são reféns da própria fraqueza. São jovens que quando não estão presos em um ideal de servilismo para que nasça uma recompensa, se prendem em uma entrega conjugal que em nada beneficia quando a culpa é apenas do outro, culpa pelos possíveis erros demasiadamente humanos que certamente irão ocorrer na jornada da vida.
Negam a ilusão do amor, apesar de que bem no fundo do coração querem um amor pela eternidade e se dizem não querer, são muito céticos para sentirem o gozo provocado pela loucura. Ficam até tarde em casa por amor aos pais e talvez tenham é medo da vida real, quanto mais se preparam para que a vida comece, é a vida que vai terminando. Tentam invocarem o novo, acreditando que o novo está em estar sintonizado com tudo o que existe de tecnologia no mundo.
Desde muito tempo é a falta de reflexão que retira todas as maravilhas que fazem com que alguém deseje que o momento bom não termine. Um dia choravam e agora que não choram, acreditam que desviar as lágrimas do próprio destino é resolver os problemas emocionais. Nem drogas mais utilizam como um dia eram todas as drogas que faziam parte do ritual dos nobres, agora é a droga da aflição em ter o que não possuem que lhes consomem inteiramente.
São destruidores da fé e ao mesmo tempo não conseguem invocar um valor humano superior. Do misticismo pouco retiram e da ciência profana que participam não são capazes de se desapegarem dos próprios conceitos que logo irão estar ultrapassados. Mesmo da descrença que se alimentam, certamente irão sofrer com o passar dos anos enquanto nada passa intensamente.
Eu sei que poderiam ser famosos, o problema é que aquilo que sonham não é nem a certeza de que aqueles que são famosos se alegram com a falsa condição de superioridade. Querem o nome estampado no prédio mais bonito ou alto, sendo que na beleza ficarão cegos e na altura sem degraus caem sem terem no que se segurarem. Aos jovens de hoje levo o caixão e não quero que corram, é que se correrem bem no fundo ainda querem a vida, mesmo que sejam fracos para intensificarem o momento que ainda resta como real.
Escritor Joacir Dal Sotto .'.