O meu reino na terra
Perdi muito tempo de minha vida com drogas que me faziam adormecer, com relacionamentos que não me enlouqueciam. Deixei para além da vida tudo o que retornava em dias sombrios aos olhos dos invejosos, fui o poeta da morte que renasceu antes do próprio fim. Fiz ameaças de sumiço e quando realmente fiquei perdido em meu ego, fui julgado como superior que retira dos fracos o último suspiro.
Encontrei na falta de religião toda religiosidade, nos contos toda filosofia, no sexo toda a desgraça que vigora no coração de meus mais irritantes inimigos. De criança não me restaram lembranças, é que facilmente entrei no mundo adulto de poderes crescentes. Enquanto eu me fazia pó, era o divino que sou, que por várias madrugadas dançava ao redor da fogueira.
Quando eu queria matar não me deixavam nem ferir, quando fui um simples agressor fui considerado um assassino. Tentavam impor em meu comportamento uma realeza de escravos, ainda bem que eu não fui entregue ao que torna o indivíduo aflito. Respeitei, para que bem no fundo pudesse desrespeitar quem precisava ouvir além das próprias limitações.
Eu subia pelas escadas do conhecimento e os malditos seres inferiores nem conseguiam mais me acompanhar. Pelos sábios fui considerado um sábio e quando os sábios souberam de nossas diferenças, buscaram pelo suicídio, por possuírem muitas verdades absolutas para viverem eternamente. Naturalmente não fui metafórico para subir, apesar de que nenhum mestre compreende outro mestre na totalidade.
Deixo escrito o que ninguém nunca antes pensou, sou a marca do novo, enquanto não envelheço na mente dos ultrapassados. Restauro o reino de uma minoria sobre uma maioria na terra, sendo que de pouco me importa quem será salvo enquanto deixa o presente ser engolido por promessas ou dores. Comunico oficialmente que a vontade é inexplicável, sendo que quanto mais fraco, muito menos prazer terá enquanto é tudo o que sempre será.
Escritor Joacir Dal Sotto . '.
Cura Mental e Espiritual "Mestre Espiritual" .'.