Sobre minha ausência

Quando se foi eu sabia, era pra não mais voltar.

Aliás, assim que chegou, assim que os pés aqui pôs, já me coloquei a despedir-me de ti, cheia de saudade. Assim que adentrou meu coração, soube do nosso meio e fim.

Belo início.

Amores fugidios.

Amores suspensos.

Amores que não são amores.

Amores que se findam.

Fim. Foi-se. E não era amor!

Eu que sempre quis, nunca pude. E como aceitar o efêmero? Tantos lugares ainda a ir. Tenho pressa. Não me segure: eu sigo ! (apesar de te deixar meu coração, eu sigo!)

E ao contrário do que pensam por aí, não quero numa curva da vida te encontrar... muito menos se estiver a sorrir... muito menos se estiver a amar... seria muito mesmo pra mim! Sorrir pelo teu muito.. enquanto afogo-me no pouco que restou.

Espero, quero... viver em total ausência! (mas não é uma possibilidade!)

Ausência de intensidade, de vontade, de amor...

Ausência de saudade!

Ausência...

... raiva, indignação, sangue nas veias, imparcialidade

Essa vida morna me incomoda. Tantos rótulos. Ninguém sendo ninguém.

Eu sendo você.

O que me desnuda, fragiliza... é sentir aos montes o que todos sabem apenas de ouvir falar.

Mas não me troco: me mantenho!

... não me basto, mas me sustento.

E enquanto todos me olham... eis que eu estou viva... e sinto... e tudo dentro de mim!

Aceito-me como sou.

Questão de coerência.

...

Babi Bordin
Enviado por Babi Bordin em 25/06/2015
Reeditado em 27/07/2015
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