A entidade dos nobres

O potencial humano é muito maior que o próprio ser humano e talvez diante tanto preconceito moral não seja toda a potência de um indivíduo ativada por estar o indivíduo muitas vezes preso ao processo educativo da massa. Uma criança chora pedindo por mais brinquedos na expectativa única de apenas sorrir no colo adulto. Muitos jovens gritam loucamente sem ao menos saberem que está na loucura todos os sonhos que são negados pela casta dos frustrados que pensam no futuro da humanidade.

Os nobres ficam constantemente irritados não com a fraqueza que possuem, os nobres ficam irritados é com toda a falsidade de negar o agora. O tempo passa e apenas marcas ficam sem nada ser levado por quem leva apenas aquilo que possui nas suas profundezas. A mulher aguarda pelo homem e o homem aguarda pela mulher sem ao menos saberem que o amor explica todas as complexidades comportamentais.

Em cada canção ao final de tarde ou início de manhã não existe nada mais que amor sendo exalado quando a canção é bela. As diversas ideias que compõe quem arrisca ir além de si mesmo são apenas ideias que quanto mais ocultas do grande público forem muitos mais claras ficam ao ego. A mistura de componentes vem sempre da dança de entidades que se unem pelo bem maior propagado por quem é superior na compreensão.

Nos desfazemos da massa facilmente por existir entre nós apenas o interesse por nossa causa que quando bem esclarecida em nossos acordos contribui com o desenvolvimento de cada membro de nossa tão antiga associação filosófica. Sempre irão querer falar que a glória é uma condição moral em que precisamos se apoiar, o problema é que somos muitos mais que inocência, somos é a luz da ousadia. Se na terra nos enganam e nos negam, será no ar que irão querer nos derrubar sem ao menos perceberem que temos fogo para aquecer toda a água dos mares.

A farda que muitos ou poucos de fora de nosso templo carregam não nos interessam, é que para todos esclarecemos que a salvação está em apoiar incondicionalmente o agora em que sonhos são despertados e apenas tentando é que se consegue realizar o infinito de uma escolha que irá ecoar na eternidade. Em nosso tempo não importa se existe relatividade ou religiosidade, somos uma única fé, uma única reflexão, um conjunto de universos com os próprios horários que se explodem para que vários ganhos sejam possíveis. Quando estamos na montanha somos um único templo, quando estamos no vilarejo somos um único ponto dormindo em meio da multidão apressada que não chega em lugar algum além do leito de morte para chorarem pelo tempo que passou e apenas promessas nasceram através de metas em nome do amanhã.

Escritor Joacir Dal Sotto