Como posso?
Eu não te vejo
mas carrego o teu olhar
A distância nos separa
mas ela não traz o esquecimento
Tento me lembrar o desejado a todo momento
Como posso sufocar essa lembrança?
Como posso atacar essa teimosa esperança?
Como continuar anulando poucos momentos
que teimam em ser ponto de partida?
Como aceitar que apenas a memória vai acompanhar a minha vida?
Essa saudade já está virando ferida.
Essa saudade sufocante que procura sequestrar minha atenção
Tristeza pelo medo de ser apenas uma desviante ilusão
Será o tempo o meu julgador
Que com piedade vai diminuir ou anular tamanha dor.
Brasília, 10/07/2010