A dor que sei
Sei que nesta história só eu morro
E essa casa hoje pela dor habitada
De repente, ausente, vazia, desabitada.
Não é culpa dos meus olhos este pranto
Mas foram os meus pés que buscaram este caminho.
A minha primavera que estava tão formosa
Se apagou no crepúsculo apagado.
E toda alegria existente que seria a nossa lembrança
Se tornou, se resultou, se confirmou, como ferida que não cicatriza.
Sou dona da minha própria treva
Noites sem luz, dias sem claridade
O teu riso da minha dor zomba, ela te diverte
Um dia serás sombra,
Esquecimento
Hoje,
Sofrimento.
E a mim enquanto feliz prossegue
Clamo aos céus
Que essa dor seja breve.
Brasília/2010