Alguns por quês e porquês.
Por que não buscar nos improváveis altos papos
que findam uma noite ou uma tarde, à luz da lua
ou de um sol morrendo no horizonte,
sentados em uma praça qualquer
ou simplesmente a andar?
Por que não procurar nos momentos tomados
e vividos de improviso, com desconhecidos
ou algo menos que amigos e até prováveis
antipatias, sem um motivo qualquer,
ou mesmo com um familiar?
Por que mesmo ciosos de nosso futuro
e de nossas vidas, continuamos a nos deprimir;
e ainda que tenhamos asfaltado nossas estradas
continuamos a machucar os pés nos espinhos
sem saber como evitá-los?
Porque continuar a duvidar é tão cômodo
que pensamos nos preservar das infelicidades
quando evitamos as vidas que nos buscam,
as vidas que nos encontram e querem
simplesmente nos tocar.
Porque o cansaço e o tédio não nos permite perceber
que o movimento em nossas vidas depende
quase sempre do esforço no primeiro passo,
mas invariavelmente do quanto de nós mesmos
investimos em nos encontrar.
Porque precisamos entender que devemos e necessitamos
tornar imprescindível a busca por nossos desejos;
por nossas vontades, através da supressão dos medos;
através do investimento sincero de nossa crença
naquilo que pode nos realizar.