Tempo
O tempo muda, o mundo muda, o tempo passa
Tudo no mundo, tudo na vida
E, por fim, não sobra muito o que recordar,
Nem sofrer, nem pausar, ou mesmo reclamar,
Apenas viver o dia, pois é o que resta
Depois que a chuva se vai e com ela
As torrentes e enxurradas e os passos dados,
Passos não dados, ou lamentados...
O tempo leva o que é necessário para ir embora
E, consigo, muito do que se foi, mas também
Bastante do que poderia ter sido.
Mas o tempo é implacável, dele somos reféns,
Porque, com ele, tudo passa, lágrimas secam,
Mas não impede que nasçam novos prantos...
O tempo muda. Nós mudamos. E o que resta
Serão lembranças ou num futuro o mistério?
Será não existem, mas apenas o presente
Onde assistimos a filmes antigos, outros a virem,
Ou nós somos o filme
Com um final ainda desconhecido...
Hoje consigo enxergar um pouco do desconhecido
Que é este mundo e tudo o que nele há
E o que já se foi, e o que ainda virá,
Fosse ele tão claro, nem sempre se encontrar.
O encontro. Consigo. Com o destino. E as escolhas...
As duas grandes variáveis deste enigma
Da vida.
Completam-se, confundem-se, misturam-se...
Mas já não mais importa
Se o destino reservou-se ao direito de escolher,
Ou se a escolha alterou o seu final...
Ninguém sabe.
Jamais saberá...