Cristãos Amadurecidos Sabem Lidar com as Debilidades e Diferenças dos Outros
Paulo começou o 15º capítulo de Romanos concluindo o assunto que havia tratado no capítulo anterior, para dizer que aqueles que se consideravam espirituais e fortes na graça, esclarecidos nas coisas relativas ao reino de Deus não deveriam se valer da maturidade espiritual para desprezarem aqueles que ainda não estivessem no mesmo nível de santificação e espiritualidade deles.
Ao contrário, deveriam servir de suporte para os cristãos fracos, porque não fomos chamados a agradar a nós mesmos, mas a amar nossos irmãos com demonstrações práticas de ações, orações, serviços e usos dos nossos dons em favor deles, para que sejam aperfeiçoados na fé.
Novos convertidos ou pessoas que apesar de convertidas têm dificuldade em progredir rumo ao amadurecimento espiritual não devem ser de modo algum criticadas, desprezadas ou rejeitadas por aqueles que são maduros na fé.
O verbo suportar empregado no primeiro versículo, quando Paulo fala sobre “suportar as fraquezas dos fracos”, vem do original grego bastazo, que significa levar o que é duro de suportar, carregar, sustentar, apoiar. Então, não é suportar no sentido de tolerar, mas de ajudar.
Nós encontramos este mesmo verbo, usado com o mesmo sentido em outras passagens tais como Mt 8.17; Lc 14.27; Rom 11.18 e Gál 6.2.
O modo de agradar não a nós mesmos, mas ao nosso próximo, é com as coisas que sejam boas para a sua edificação, como se vê no verso 2.
Estas coisas que são boas para edificação têm a ver com o evangelho do Senhor, porque Ele não agradou a Si mesmo, tomando sobre Si as nossas injúrias, como se vê no verso 3.
Para este propósito, de suportarmos as debilidades dos fracos, e nos exercitarmos no amor, é que foi feito o registro das Escrituras para o nosso ensino, para que através das mesmas nós tenhamos esperança, através da perseverança e consolação que recebemos das próprias Escrituras, como se afirma no verso 4.
Deus mesmo é quem nos faz perseverar e nos consola, fazendo com que tenhamos o mesmo sentimento de uns para com os outros, segundo o exemplo que temos em Cristo Jesus como se vê no verso 5.
Ele faz isto para que possamos em concordância, como uma só boca, isto é, em unidade de amor, de fé e de espírito, glorificar o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, como se afirma no verso 6; portanto os cristãos devem se acolher mutuamente como amigos, da mesma forma como Cristo nos recebeu, para a glória de Deus.
E assim, como poderíamos preservar a unidade do Espírito com sentimentos facciosos em nossos corações, relativamente naquilo que deveria nos unir mais, a saber, o cuidado por todos aqueles cujas consciências ainda são mais fracas do que as nossas, dizemos ainda, porque Deus é poderoso para aperfeiçoá-los, tanto quanto fizera conosco, porque nenhum crente estava maduro por ocasião da sua conversão.
Os cristãos que existiam em Roma, fossem eles judeus ou gentios, deveriam viver nesta unidade recomendada pelo apóstolo, não permitindo que questões sobre comida, bebida, dias sagrados, que ele havia citado no capítulo anterior (14º), servissem de base para separá-los.
Porque apesar de Jesus ter cumprido Seu ministério terreno entre os judeus, por causa da necessidade de confirmar a Palavra de Deus, pela promessa que havia feito aos patriarcas de Israel; no entanto, Ele era também o Senhor e Deus dos gentios conforme as próprias Escrituras haviam predito a respeito do relacionamento que viria a existir entre eles e Cristo, como se vê nos versos 8 a 12.