Algema dos dedos
Olhe bem ao seu redor. O quarto que você está entrando é rodeado de algemas, armas e armadilhas. Todas construídas por mim. Desenhadas pelas minhas mãos com a única finalidade de me proteger. Observe de perto. Se aqui quiser ficar, daqui não sairá. Você pode encarar como fim, ou como inicio. Só depende de você. E eu tenho um palpite... você é meu.
Não se trata de uma gaiola, não se trata de uma prisão. Se trata de compromisso. Não depende de mim mais retirar uma arma sequer da estante. Isso agora só depende de você. O meu esconderijo servia para atirar naqueles que ousassem me ferir ou se aproximar das barreiras que construí ao redor do meu coração. Mas você destruiu tudo. Você me convenceu de que era o melhor. Pois então, a ti te dou esse lugar. Só não se esqueça que a arma que ousar levantar, será mirada em mim. As armadilhas que criar, tenha certeza que eu cairei. Essa é minha casa, e tudo que nela tocar, eu irei notar, seja através da dor ou através do diálogo.
Todos seus sentimentos se misturarão a esse espaço. Só prometa que nada esconderá de mim, pois esse lugar sabe o que você sente, mesmo que você finja não saber. Prometa dessa casa cuidar, pois esse é meu lugar predileto. E você é o amor que me invadiu, e em meus dedos colocou uma algema de ouro. Agora, essa é apenas a sua casa. Só não faça dela uma bagunça. Pois tudo que mexer, tenha certeza que refletirá em mim.
A questão agora é: Você realmente deseja ficar?
O meu palpite é: Você já é meu.