Lista de Material Escolar
Fui às compras ontem à noite.
Depois de um dia de trabalho, entrei em uma papelaria para comprar a interminável lista de material escolar.
Duas, uma em casa mão. A da direita para a filha do 8º ano e a da esquerda para o filho do 3º ano do ensino fundamental.
A loja estava um caos como era de esperar. Pais estressados, materiais sem preços, corredores intransitáveis e é claro, grande parte dos itens da lista não havia na loja.
Foi aí que eu me lembrei do pesadelo de todos os anos.
Eu costumo dividir a lista de material escolar da seguinte forma: metade ninguém sabe para o que serve, a outra metade poderia ser dividida por 4 e ainda assim meu filho de 7 anos teria material suficiente para aprender o conteúdo anual.
Por que vamos combinar, eu gostaria de saber porque uma criança de 7 anos, matriculada no 3º ano (antiga segunda série) do ensino fundamental, precisa de 11 (ONZE) tubos de cola de 100g. Isto dá 1 quilo e 100 gramas só de cola. Para quê, meu Deus do céu?
Também queria saber no que ele usa 1 litro e meio de tinta, 20 folhas de papel colorido, 48 lápis de cor, 8 blocos de papel “Criativo” e mais um monte de coisas que sinceramente nem sei descrever.
Ah, sem contar os quilos de argila e os palitos de sorvete.
Mas justiça seja feita com o 3º ano fundamental. Tenho também uma filha no 1º ano do ensino médio.
Sinceramente não sei porque ela, uma adolescente de quase quinze anos precisa de 18 folhas de papel colorido, meio litro de tinta, rolos de fita crepe, papel crepom, pincéis variados e é claro, blocos “criativos”.
Tem alguma coisa muito errada com a escola... Ou comigo!
E isto não é característica da escola dos meus filhos, não. É geral. Quem é pai e mãe com filho em idade escolar sabe bem do que eu estou falando.
Na escola anterior eu tinha que entregar todo começo de ano 600 copos descartáveis, 12 pacotes de guardanapos e 24 rolos de papel higiênico para cada filho. Só de copo, dava 1800 copos por ano...
Proibi as crianças de beber água na escola. Era mais barato mandar alguém com uma jarra de água geladinha e copos de vidro todos os dia na hora do recreio.
Brincadeiras de lado, penso que a situação é séria. Estamos perdendo a noção do que realmente importa.
Tá certo que as atividades lúdicas ajudam no desenvolvimento, integração, interatividade, blá, blá, blá, mas vamos ser sinceros: a escola mudou muito. A lista de material escolar nem se fala! O máximo, quando eu estava no 3º ano, era ter uma caixa de lápis de cor de 12 cores e o mínimo era saber a tabuada do 1 ao 10 de cor e salteado e é claro, as capitais do Brasil e de quebra, várias do mundo. Hoje é bem diferente.
Meu marido comentou no almoço que é o Brasil é o 8º país com o maior número de analfabetos no mundo. Fiquei pasma. Fui atrás da notícia e é isso mesmo. A Unesco divulgou no último dia 29 o ranking que analisou 150 países.
Na nossa frente Índia, China, Paquistão.
Segundo a Unesco “o problema está relacionado com a má qualidade da educação e a falta de atrativos nas aulas e de treinamento adequado para os professores”.
Muito bem. Deve ser por isso que as escolas estão tentando ficar mais atrativas com tanto papel colorido, cola e argila.
Os professores? Coitados, verdadeiros heróis neste circo. Só por amor mesmo.
As mesmas pesquisas falaram em “analfabetismo funcional” que resumidamente é isto: o cidadão até sabe ler e escrever o problema é que não compreende o que está lendo. Simples assim.
É claro que agora vai surgir um monte de explicação absurda e algum índice econômico, cultural ou sei lá o quê vai ser responsável por esta classificação medonha.
É certo que a lista de material escolar não tem absolutamente nada a ver com isso... Será?
De qualquer forma, acho melhor não entrar nesta seara, caso contrário, teria que falar de outros fatores que levam ao emburrecimento e pode ser que eu cutuque alguém de passagem, mas o fato é que a coisa tá feia... 13,2 milhões de analfabetos na população acima de 15 anos, é muito ruim. Ruim de doer.
Mas vamos que vamos!
Voltando às minhas listas... Agora só falta o durex colorido, os lápis HB e o caderno de linguagem brochura capa dura 48 folhas 200x275mm sem figuras na capa e na cor amarela. Este sim, vai ser a salvação da lavoura e meus filhos finalmente vão aprender a boa e velha matemática, gramática, literatura e se sobrar tempo, um pouco de história; mas só a antiga, porque a recente tá feia demais!
Depois de um dia de trabalho, entrei em uma papelaria para comprar a interminável lista de material escolar.
Duas, uma em casa mão. A da direita para a filha do 8º ano e a da esquerda para o filho do 3º ano do ensino fundamental.
A loja estava um caos como era de esperar. Pais estressados, materiais sem preços, corredores intransitáveis e é claro, grande parte dos itens da lista não havia na loja.
Foi aí que eu me lembrei do pesadelo de todos os anos.
Eu costumo dividir a lista de material escolar da seguinte forma: metade ninguém sabe para o que serve, a outra metade poderia ser dividida por 4 e ainda assim meu filho de 7 anos teria material suficiente para aprender o conteúdo anual.
Por que vamos combinar, eu gostaria de saber porque uma criança de 7 anos, matriculada no 3º ano (antiga segunda série) do ensino fundamental, precisa de 11 (ONZE) tubos de cola de 100g. Isto dá 1 quilo e 100 gramas só de cola. Para quê, meu Deus do céu?
Também queria saber no que ele usa 1 litro e meio de tinta, 20 folhas de papel colorido, 48 lápis de cor, 8 blocos de papel “Criativo” e mais um monte de coisas que sinceramente nem sei descrever.
Ah, sem contar os quilos de argila e os palitos de sorvete.
Mas justiça seja feita com o 3º ano fundamental. Tenho também uma filha no 1º ano do ensino médio.
Sinceramente não sei porque ela, uma adolescente de quase quinze anos precisa de 18 folhas de papel colorido, meio litro de tinta, rolos de fita crepe, papel crepom, pincéis variados e é claro, blocos “criativos”.
Tem alguma coisa muito errada com a escola... Ou comigo!
E isto não é característica da escola dos meus filhos, não. É geral. Quem é pai e mãe com filho em idade escolar sabe bem do que eu estou falando.
Na escola anterior eu tinha que entregar todo começo de ano 600 copos descartáveis, 12 pacotes de guardanapos e 24 rolos de papel higiênico para cada filho. Só de copo, dava 1800 copos por ano...
Proibi as crianças de beber água na escola. Era mais barato mandar alguém com uma jarra de água geladinha e copos de vidro todos os dia na hora do recreio.
Brincadeiras de lado, penso que a situação é séria. Estamos perdendo a noção do que realmente importa.
Tá certo que as atividades lúdicas ajudam no desenvolvimento, integração, interatividade, blá, blá, blá, mas vamos ser sinceros: a escola mudou muito. A lista de material escolar nem se fala! O máximo, quando eu estava no 3º ano, era ter uma caixa de lápis de cor de 12 cores e o mínimo era saber a tabuada do 1 ao 10 de cor e salteado e é claro, as capitais do Brasil e de quebra, várias do mundo. Hoje é bem diferente.
Meu marido comentou no almoço que é o Brasil é o 8º país com o maior número de analfabetos no mundo. Fiquei pasma. Fui atrás da notícia e é isso mesmo. A Unesco divulgou no último dia 29 o ranking que analisou 150 países.
Na nossa frente Índia, China, Paquistão.
Segundo a Unesco “o problema está relacionado com a má qualidade da educação e a falta de atrativos nas aulas e de treinamento adequado para os professores”.
Muito bem. Deve ser por isso que as escolas estão tentando ficar mais atrativas com tanto papel colorido, cola e argila.
Os professores? Coitados, verdadeiros heróis neste circo. Só por amor mesmo.
As mesmas pesquisas falaram em “analfabetismo funcional” que resumidamente é isto: o cidadão até sabe ler e escrever o problema é que não compreende o que está lendo. Simples assim.
É claro que agora vai surgir um monte de explicação absurda e algum índice econômico, cultural ou sei lá o quê vai ser responsável por esta classificação medonha.
É certo que a lista de material escolar não tem absolutamente nada a ver com isso... Será?
De qualquer forma, acho melhor não entrar nesta seara, caso contrário, teria que falar de outros fatores que levam ao emburrecimento e pode ser que eu cutuque alguém de passagem, mas o fato é que a coisa tá feia... 13,2 milhões de analfabetos na população acima de 15 anos, é muito ruim. Ruim de doer.
Mas vamos que vamos!
Voltando às minhas listas... Agora só falta o durex colorido, os lápis HB e o caderno de linguagem brochura capa dura 48 folhas 200x275mm sem figuras na capa e na cor amarela. Este sim, vai ser a salvação da lavoura e meus filhos finalmente vão aprender a boa e velha matemática, gramática, literatura e se sobrar tempo, um pouco de história; mas só a antiga, porque a recente tá feia demais!