Alvos incertos
Me mantenho disperso, pairando no ar de meus pensamentos.
Entre meus inúmeros erros e os escassos acertos, me vejo perdido no meu universo mental.
Por mais que eu tente, o fracasso persiste em se instalar no meu ego já abatido.
Então depois de madrugadas sem dormir eu renasço, finjo esquecer o que é inesquecível.
Mas sempre que estou com os dardos em mãos, antes de lança-los, as lembranças malditas me fazem tremer, fraquejo e já lanço sabendo do resultado: o erro.
Talvez eu aprenda a lidar com isso, antes que me consuma, me mate.
Eu tenho apoio de todos os lados, menos do principal, o meu próprio. Apoio esse que é essencial a qualquer vitória.
Perante tantos alvos que se mantêm firmes e, pra mim, quase inalcançáveis. Eu tenho meu balaio cheio de dardos, tenho toda uma vida para tentar acertar, eu não desisto.
Por mais que quem convive comigo no cotidiano seja o erro, o acerto vem me visitar raramente, e é por essa breve visita que insisto em lutar, arremessar-me até esses alvos incertos.