A Morte
Essa coisa de "estou aqui agora e nao sei se estarei amanhã" me assuta demais... me deprime demais... e nem gosto de pensar muito nisso. Todo mundo deveria morrer bem velhinho, bem cansado, a qualquer tempo depois dos 95 anos e depois de passar um dia agradável ao redor da família, indo dormir numa cama quentinha, num sono leve e repousante, sonhando com anjos lindos e maravilhosos, cheios de luzes, que viessem entonando seus cânticos celestiais, abrindo os braços e as asas para um abraço acolhedor, que dissessem palavras de conforto e de boas vindas, ou quem sabe de "bom retorno"... e, assim, seguiria com eles, embalado numa nuvem branca, rumo aos céus, feliz e satisfeito por ter deixado na Terra e pra trás, uma existência válida, repleta de realizações, com aquela paz interior de ter tido a missão cumprida!!
Todo mundo deveria morrer sem agulhas enfiadas nas veias, sem balões de oxigênio empurrando o ar para dentro dos pulmões, sem dor, sem luta, sem medo, apenas com aquela atitude do "deixar ir"... Mas nao é assim que acontece... morrer cedo, morrer jovem, morrer de repente, morrer de acidente, morrer de doença, morrer quando se quer viver, parece injusto, parece ilógico, parece irracional...