Até Onde Vale a Crítica?

O ato de criticar sempre fez parte de nossa vida. Desde do momento que passamos a observar mais o outro, convivendo com seus hábitos e diferenças e conhecendo melhor o mundo em que vivemos. Isso é normal. Sinal de que pensamos por conta própria e somos livres para expressar o que sentimos. Entretanto, certas críticas podem levar à um julgamento precipitado, que pode sair bastante caro para quem é acostumado a dizer sempre o que ´´ quer´´ sem estar preparando também para ouvir.

Já dizia o ditado, ´´ quem fala o quer, ouve o que não quer´´. Ou seja, quem fala o que pensa deve também estar preparado para o contrário. Não que a gente tenha que aprender a mentir ou deixar de dizer ´´ verdades´´ para alguém quando preciso. Dizer o que pensa ás vezes não é grosseria, é uma necessidade de mostrar ao outro o seu lado ou de apresentar uma visão diferente, que muitas vezes acaba passando despercebida por quem o escuta. Mas quando estamos decididos a ´´ desabafar´´ devemos saber que não somos iguais, pensamos, agimos e vivemos experiências diferentes.

Antes de criticar ou julgar algo é importante não só aprender a ouvir como procurar enxergar melhor o mundo que o rodeia. É importante saber que aquela pessoa julgada ou ´´ rotulada´´ ( geralmente de forma negativa), tem também uma história; um contexto que não pode ser deixado de lado, mesmo que não sirva como justificativa para certos atos. Não podemos exigir que o outro seja do mesmo jeito só porque atingimos os nossos objetivos. Assim como não adianta exigir de um aluno a mesma resposta. Apesar do clichê, devemos lembrar que nossos defeitos e qualidades são também diferentes.

Lembro muito bem quando um professor havia perguntado para minha turma, o porquê de um sujeito, com baixas condições de vida, conseguiu entrar numa faculdade assim como outros de classe média alta e também por que ele que nasceu em um lugar com poucas oportunidades conseguiu chegar onde sempre quis e até muito além do que sonhava? Para ele, todos nós temos condições de chegar onde queremos, basta esforço e vontade. Ouvindo suas experiências, concordei em parte. Claro que todos nós somos capazes de fazer algo bem feito. Mas nem sempre tudo depende da vontade e do esforço.

A vontade de fazer algo permanece quando recebemos apoio, estímulo, sonhamos e planejamos as nossas metas e, acima de tudo, amamos lutar pelo caminho escolhido. Tudo isso depende das nossas experiências, das nossas vitórias e derrotas. Mas, enfim, não quero ficar vagando em intermináveis exemplos, para mostrar que as nossas conquistas, lutas e derrotas não são iguais. Quero só mostrar que antes da crítica e dos nossos julgamentos, é preciso saber que só entendemos o outro quando passamos a conviver com as mesmas dificuldades. E mais ainda, quando enfrentamos a mesma dor.

Mas, por outro lado, se quiser discutir sobre algo, tenha argumentos, leia, pesquise, converse, ouça... Muitas vezes quando fazemos uma crítica, confiamos que estamos certos por pensar como a maioria, ou minoria (a depender do caso). Mas há de admitir que não há uma opinião certa ou errada, existem opiniões e visões diferentes que precisam ser compartilhadas. Tenha cuidado com as críticas e julgamentos precipitados! Pois nos subestimamos e surpreendemos com o outro todos os dias.

Raquel Dantas
Enviado por Raquel Dantas em 25/04/2013
Reeditado em 25/04/2013
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