Força

Na estrada ainda me perco em meio a tantas encruzilhadas.

São muitos caminhos, nenhuma opção e só a terra batida e o Sol para me orientar.

Meu coração já não pulsa como uma bússola. Suas batidas são descompassadas e cansadas.

Tenho sede, tenho fome e não há lugar para descanso, não há uma brisa sequer, um oásis, uma árvore, uma sombra.

Onde está você que surge e se esvai com a areia do deserto?

Minhas miragens são meu bálsamo, me acalentam na loucura de te encontrar em um beco perdido no mundo.

Posso cavar fundo se me der a chance de acreditar que um tesouro me espera no fundo do abismo.

Não tenho medo, já sofri o suficiente, só a coragem me resta pela inquietação do meu coração.

Jogue as estrelas, ao menos isso te peço,

Óh senhor das horas e da história, do certo e do duvidoso, do amargo e do doce na eternidade da incerteza.

Não vê que me desespero, me atormento, me dilacero e rasgo minhas entranhas?

Sua indiferença é fel, mas minha força ainda passeia pelo meu corpo cansado e fatigado.

Não sei de onde ela vem nem para onde vai, só sei que a sinto.

Passei pelas eras e aqui estou, mais uma vez no incerto caminho tortuoso da existência, para provar mais uma vez que tudo tem seu preço, sua cor, seu sabor.

Se você desapareceu e turvou minha visão, meus instintos te acharão, não tão breve que eu esqueça nem tão distante que eu esmoreça.

T.H.Mars