O DIÁLOGO DO POETA COM A AURORA

Poeta- Pensa-me como aquilo que não consegues ver.

Aurora- O que vê em sua alma?

Poeta- Apenas posso ver-te quando fecho os olhos.

Aurora- Criaste o que sentes para não ver.

Poeta- É que não realizamos o instante em que despertaríamos o que ainda não vimos em si.

Aurora- O que vê são sonhos, cria seus sonhos como um intenso caçador de paisagens, um florista que faz de sua imaginação um alimento.

Poeta- Aquilo que lhe falta é a contra parte do que possuo em alma.

Aurora- Aquilo que vê é contemplação do sol, são anseios, não entende o que digo, em suas mãos estão os inventos maiores que os sonhos que não pode tocar.

Poeta- O dia e a noite são como a razão e a imaginação, a águia não podia ver o lobo, se não fosse pelo crepúsculo intermediário das sensações.

Aurora- Não esperava que a poesia, falaria o que sempre a razão não dizia mais queria ouvir.

Poeta- É tão belo poder olhar-te de frente, mesmo se for apenas nos raros momentos, veria em si que as flores são cores porque trouxeste o sol para iluminar.

Poeta- Eis aurora do pensamento, dos cabelos dourados do firmamento, o que diz toca-me a alma, como o róseo da nudez que invoco ao ver-te como a primeira vez que lhe encontrei.

Aurora- O sol se vai como um beijo, que retorne por onde veio para aquilo que não vejo.

Poeta- Não vá ainda, minha alma viu em ti beleza.

( Poeta das Almas )

Fernando Henrique Santos Sanches

Fernando Febá
Enviado por Fernando Febá em 15/03/2013
Reeditado em 10/07/2018
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