Vida emprerrada desemperrando

Ave que desespero

que barulho de teclados

mecânica vida parada

silêncio intelectual

os telefones tocam

niguém toca a vida

todos os sonhos se ferem

nada interfere

nenhuma arte

nenhuma poesia

e o barulho continua

o teclado quebra

o sistema emperra

os números não batem

o mesmo desespero

caras assustadas

para os terceirizados

um risco

Só sei que a poesia me toca

arredonda os números que se perdem

a vida que se ganha

a arte que se sobrepõe à vida mesmo não tão ganha

enquanto todos temem o tal sistema ingrato

enquanto todos rastejam suas vidas aos pés de uma máquina imperfeita

eu sigo os tons perfeitos

que envolvem o mundo

daqueles que enxergam

em cada canto

a arte

a poesia

e digo adeus aos barulhos intelectualmente silenciosos

busco as reticências...

Caio Márcio Rocha Coriolano
Enviado por Caio Márcio Rocha Coriolano em 25/01/2013
Reeditado em 25/01/2013
Código do texto: T4104696
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