Medo da solidão
Sinto meus braços estremecerem. Não é calor que me envolve, não é alguém que me passa essas sensações. Se trata de uma brisa gélida chamada solidão.
Porque em meus braços veio se repousar? Eu de coração quente, cheio de amores e desejos. Será que veio de mim isso roubar? Deixar meu coração gélido como de muitos? Trancafiá-lo longe de meu eu?
Não sinto arrepios de amores. Não sinto abraços e calores. Nada disso mais me pertence. Ninguém mais quer de mim tirar esse vento gelado que seca minhas lágrimas antes mesmo delas rolarem rosto abaixo. Chego a olhar aos lados. Grito desesperadamente por um socorro. Tudo que eu continuo a escutar é o vento cada vez mais forte, a me arrastar a minha prisão.
Tenho medo da solidão. Tenho medo da cela onde serei levado. Meu último suspiro te suplica. Salve-me enquanto ainda há tempo. Pois uma vez trancado, nunca mais aprenderei a amar novamente...