Audácia de mulher
De longe vejo o sorriso se formar em seus belos lábios apenas para me provocar. Vejo seu vestido vermelho se esvoaçar por todo o chão fazendo do vento ali presente um detalhe exclusivo seu. Parece fênix, ou talvez chamas. Realmente parece mais com chamas, daquelas vermelhas cegantes e quentes. Essa chama em exclusivo, se acabava no vinho. Na mão direita uma taça cheia, exibindo elegância, luxúria e ao mesmo tempo equilíbrio desequilibrado. Será que permanecera cheia desde o princípio ou será que já se esvaziara várias vezes? Não me importava, nada me importava se não fosse ela. E enquanto os clacks do sapato avassalavam o chão, aos poucos tomei coragem para me aproximar. Andei com pernas bambas, enquanto ela se esbanjava com suas curvas e rebolados por todo percurso. Era impossível não notá-la, impossível não sentir seu fervor. Seus lindos cabelos castanhos prendido num coque, deram a ela um charme inexplicável. Senhorita certinha, ao mesmo tempo sexy. Esbanjava seu poder no meio a tanta decência e simplicidade. Conseguia passar ao mesmo tempo várias imagens. Não era mulher fácil, era difícil e complicada, mas era minha. Minha mulher, minha amada. Sempre a admirei tanto, mas confesso que minhas pernas nunca tremeram tanto quanto tremem agora. Será que é sonho? Será que é minha? Será que é para sempre? No meio de tantas dúvidas me esqueci dela. Enquanto seus braços gélidos envolvem meus ombros com charme e audácia, a pergunta dela á mim surge depois de alguns beijos:
-Senhor Prado, está pronto?