Um breve reflexão, o amor...
“Você aceita? Sim!” Eis aqui o jogo de palavras que podem mudar tudo. É aquele momento em que todos os nossos sonhos de felicidade parecem tornar-se realidade. É aquela certeza de que encontramos o amor de nossas vidas.
Casamo-nos, o tempo passa, a vida segue. Os sonhos vão-se realizando e tudo vai caindo no marasmo do tempo avançado. Deixamos de sentir tesão pela pessoa amada, acreditamos que desperdiçamos milhões de oportunidades na vida de ter uma boa, com o perdão da palavra, trepada, por alguém que, hoje, incomoda pelo simples fato de olhar-nos.
Bom, acredito que isso é meio parte do amar, sabe? Eu sempre fui fiel à ideia de que existe para todos, se exceção, a oportunidade de encontrar um grande amor. Seja como, quando ou onde for, todos um dia encontraremos.
Sei que pode parecer loucura, mas eu o procuro em todos os lugares que olho. Seja no pôr do sol de uma tarde de domingo, seja na manhã de segunda-feira, quando estou de mau humor e vejo o sol aparecendo de fininho e sinto aquela brisa quente e fria, meio com cara de noite.
Procuro também quando eu chego e ganho um abraço, daqueles que deixam o cheiro da pessoa na nossa roupa e ficamos cheirando e pensando que aquela pessoa nos marca de diferentes formas e modos.
Talvez ele esteja em outros lugares: nos poemas que escrevo, nas canções deprimentes que ouço, nos pensamentos estranhos que me vêm a mente. Talvez ele esteja em todos estes lugares ao mesmo tempo, não?
Mas eu não sei se quero encontrar. Que graça teria passar 10, 20, 30 ou até mesmo 50 anos ao lado do meu grande amor e, depois de muito vivê-lo, perder-lhe o tesão? Será que é isso que acontecerá se eu o encontrar?
Se for, peço ao destino: deixe em mim esse desejo de encontrar, mas nunca me faça encontrar, quero continuar sentindo prazer com algo desconhecido, algo incerto, algo sempre novo e apaixonante, como um abraço, que a cada dia vem com um dos melhores cheiros do mundo...